CP25 – Sociologia das Profissões e Ocupações

Coordenação

Jacques Mick (UFSC)
Jordão Horta Nunes (UFG)

Os estudos sobre as profissões na Sociologia brasileira têm uma história de produção de conhecimento que se materializa e expande com a organização do GT Ocupações e Profissões, na SBS, em 2003. Esse GT contou com a coordenação de Luiz Antonio de Castro Santos (2003), Maria Ligia de Oliveira Barbosa (2003 a 2009), Maria da Gloria Bonelli (2003 a 2019), Jordão Horta Nunes (2011 a 2019) e Jacques Mick (2017 a 2019).

Nesses nove congressos consecutivos da SBS, o GT selecionou para apresentação 204 trabalhos na temática do grupo, todos disponíveis nos anais dos eventos, configurando uma produção regular e consistente para sua transformação em Comitê de Pesquisa. Este CP, agora coordenado por Jordão Horta Nunes e Jacques Mick, tem por desafio avançar reflexões, debates teórico-metodológicos e discussão de investigações empíricas sobre as experiências dos grupos profissionais, dando prosseguimento ao empenho do GT Ocupações e Profissões e a sua crescente contribuição para a área. O GT estimulou a pesquisa sobre as especificidades dos grupos profissionais no Brasil, tanto nas formas de organização deste trabalho quanto na relação local/regional/global das profissões. Várias das referências teóricas que os pesquisadores e as pesquisadoras do GT aprofundaram no decorrer desse período ajudaram a construir a legitimidade da área e o reconhecimento dos pares para a força analítica da reflexão criteriosa desenvolvida. O GT recebeu estudos concebendo as profissões como produtora de desigualdades sociais, bem como atuando para reduzi-las. Outra característica dos trabalhos selecionados para o GT desde seu início é a interseccionalidade com outras áreas de conhecimento e temáticas, como sociologia do trabalho, sociologia do direito, questões de gênero, raça, classe e geração,
carreiras e trajetórias.

Outros aspectos que ajudaram a consolidação dessa especialidade na Sociologia foram as articulações para internacionalização da produção trazendo autores(as) estrangeiros(as) para apresentações e palestras, e por meio das viagens de pesquisa de especialistas nacionais a instituições acadêmicas estrangeiras com expertise na área. Intensificou-se também a organização de grupos com colegas latino-americanos como na ALAST e ALAS, e circulando em eventos estrangeiros, como o RC 52 da ISA entre outros, para que pesquisas brasileiras pudessem ser divulgadas e para que os pesquisadores se atualizassem a respeito da produção internacional.

Desde de sua criação, o GT Ocupações e Profissões prioriza articular a rede de pesquisadores desse tema por meio dos eventos da SBS, que criou possibilidades de acolhimento de trabalhos para discussão, além das outras formas de intercâmbio entre seus membros.

As profissões mais analisadas nos papers apresentados pertencem ao grupo de profissionais do sistema jurídico (advogados(as), juízes(as), delegados(as) etc.), das ciências médicas e da saúde (médicos(as), enfermeiras(os), fisioterapeutas etc.), das engenharias e da docência, atividades de trabalho tradicionalmente analisadas na sociologia das profissões. No entanto, ocupações que procuram, recentemente, atingir ou consolidar o status profissional, como jornalistas, desenvolvedores(as) de software, artistas, arquitetos(as), militares, cuidadoras(es), bibliotecárias(os) etc., que disputam, no interior do mesmo grupo ocupacional ou na fronteira com outros grupos, a legitimação da expertise e a autonomia e a construção de um discurso que evidenciam o profissionalismo, também comparecem em trabalhos selecionados. Para além da diversidade de temas debatidos nesse período, os enfoques analíticos se pluralizaram, nas abordagens do campo, observando-se não só as referências aos autores internacionais, mas também aos pares brasileiros que produzem com regularidade na área.

Alguns eixos de discussão estiverem presentes em quase todos os encontros, como as relações entre profissões, estado e mercado e as lutas por legitimação; saberes, fronteira, jurisdições e fechamento; as identidades profissionais, crises e novas identificações; grupos profissionais, inclusão e cidadania; conflitos, desigualdade e diferença; o profissionalismo nas ocupações e nas organizações; refinamento teórico e metodológico desse conhecimento orientando os colaboradores(as) e interessados(as) no GT a concentrarem sua contribuição neste aspecto, contemplando a bibliografia especializada. Observamos a persistência de um núcleo comum de pesquisadores(as) atuantes no GT ao longo do tempo, e uma circulação de estudiosos(as) mobilizados por aspectos concernentes aos grupos profissionais, recortando-os e articulando-os a problemas de pesquisa que se interseccionam à profissão no momento em que transitam pelo tema.

O GT se consolidou nesses 17 anos de existência, tendo densidade analítica e empírica para se constituir como Comitê de Pesquisa Sociologia das Ocupações e Profissões, liderado nesta gestão por dois pesquisadores com reconhecida contribuição ao grupo e à SBS.

Apoiadores

Ana Carolina Chasin (Unifesp)
Aparecida Neri de Souza (Unicamp)
Fabiana Luci de Oliveira (UFSCar)
Fernanda Rios Petrarca (UFS)
Fernando Fontainha (IESP/UERJ)
Jacqueline Sinhoretto (UFSCar)
Jacques Mick (UFSC)
Jordão Horta Nunes (UFG)
Ligia Madeira (UFRGS)
Maria da Gloria Bonelli (UFSCar)
Maria Ligia Barbosa (UFRJ)
Maria Rosa Lombardi (FCC)
Pedro Heitor Barros Geraldo (UFF)
Roberto Fragale (UFF)
Rodrigo Bombonati (UFG)
Rubens de Freitas Benevides (UFG)
Tania Ludmila Dias Tosta (UFG)

Comitês de Pesquisa