Chamada – Dossiê: Saberes Pantaneiros e Amazônicos 2024
Revista Ibero-Americana de Estudos de Educação (RIAEE), Qualis A1 (2017-2020)
Data de abertura das submissões: 15/02/2024
Data de fechamento das submissões: 15/06/2024
Publicação em: 31/12/2024
Organizadores:
Vilmar Alves Pereira: Universidade Estadual do Mato Grosso – Brasil. Bolsista de Produtividade em Educação Nível II. Pós-Doutor Sênior em Educação (PDS/CNPq). Professor Pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU-UNEMAT). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2548-5086. E-mail: vilmar.pereira@unemat.br.
Marilena da Silva Loureiro: Universidade Federal do Para – Brasil. Pós-Doutora em Educação. Professora Associada I e Pesquisadora do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA – UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9684-734X. E-mail: marilenals@.ufpa.br.
Marcos Sorrentino: Ministério do Meio Ambiente. Pós-Doutor em Educação. Diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania da Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4394-1655. E-mail: sorrentino.ea@gmail.com.
Ementa:
Este dossiê visa reunir trabalhos teóricos e práticos que abordem a discussão sobre como os saberes reconhecidos em contextos Pantaneiros e Amazônicos podem contribuir, tanto para processos formativos, quanto para um projeto de sociedade que auxilie no enfrentamento da extensa crise civilizatória que estamos vivendo. Nesse sentido, ressignificando posturas e epistemologias, há o reconhecimento e a necessidade de estudos que contribuam em processos de Amazonizar a Educação.
Ao mesmo tempo que há um consenso de entre os pesquisadores de que não se pode homogeneizar o Pantanal e a Amazônia, há um forte reconhecimento de que nesses contextos existem saberes, cosmovivências, culturas, ancestralidades, práticas e teorias que podem contribuir na indicação para outras pedagogias.
Aprendemos com Paulo Freire que os processos de aprendizagem e de pesquisa nunca ocorrem num vazio, mas estão sempre encharcados de seus contextos. Assim “A Amazônia brasileira é distinta entre si, da mesma forma é a peruana, andina e assim por diante, não apenas na fauna, mas também em sua sociedade, ou seja, com multiculturas, seja ela tradicional ou urbana” (Becker, 2005; Vasconcelos, Freitas, 2012). O mesmo se pode dizer do Pantanal: “O fato é: Os povos pantaneiros não podem ser resumidos em uma única corrente de pensamento ou mesmo em um único formato de identidade, algo fixo. Não existe um sujeito pantaneiro, existem sujeitos singulares dentro de uma cadeia de relações dialógicas. Eles falam, eles vivem e sobrevivem” (Da Silva, Garcia, 2022, p.283, apud Bassinello, Silva, 2022).
Entre os temas que podem contribuir para o dossiê, destacam-se: experiências e pesquisas envolvendo saberes ancestrais, educação ambiental e povos originários em contextos pantaneiros e amazônicos; experiências formativas e políticas ambientais; questões de raça e gênero, movimentos sociais populares, economia solidária, saberes culturais e espirituais, educação do campo; educação popular e tomada de decisões; educação de jovens e adultos; avaliação das políticas de desenvolvimento na região; parcerias internacionais; sustentabilidade na região; insegurança alimentar; garimpo; agropecuária; desmatamento; resíduos; poluição; tratamento de esgoto, entre outros. Essas temáticas estão relacionadas à grande área da Educação.
A crise socioambiental que enfrentamos coloca como imperativo a necessidade de uma redefinição ontológica no planeta, se quisermos preservar a vida que cotidianamente é destruída. Nesse contexto, surgem alternativas de diferentes instituições com diversos vínculos políticos. O Brasil, palco da COP 30 a ser realizada em Belém do Pará em 2025, assume, neste momento, um grande protagonismo nesse debate em busca de alternativas.
Este dossiê tem o interesse de apresentar diferentes e bem-sucedidas perspectivas que contribuam para o debate da COP 30, com a visão de Amazonizar a Educação a partir do reconhecimento dos saberes que ancestralmente orientam e preservam a vida há muito tempo nas referidas regiões. Trata-se, portanto, de um dossiê que reconhece movimentos importantes sob uma perspectiva crítica e decolonial, bem como sua capacidade de reconhecer e gerar outros modos de existência.
Assim, espera-se que os estudos produzidos contribuam com reflexões teórico-metodológicas e orientações práticas para criar condições que abordem os problemas socioambientais em nível local e global em diversos contextos, por meio da Formação, da Educação Ambiental Popular e das perspectivas de sustentabilidade para a região.
Serão bem-vindos textos de autores que pesquisam a região, bem como de seus convidados. Estimulamos o envio para a revista e estaremos atentos ao acolhimento e ao posterior processo de avaliação, certos da contribuição desses olhares como horizontes muito fecundos para outras regiões do mundo. Com essa perspectiva em mente, recebemos com entusiasmo sua proposta de artigo dentro do contexto da Chamada para o Dossiê: Saberes Pantaneiros e Amazônicos.
Normas: Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/about/submissions.